Sunday, June 26, 2005

Lota de Macedo Soares, Portinari


Acabo de ler o livro Flores Raras e Banalíssimas de Carmen Lúcia Oliveira. É a história de Elizabeth Bishop e Lota de Macedo Soares, muito bem contada. A história de Bishop e Lota é intensa, o encontro de dois gênios, uma das maiores poetas da língua inglesa e a criadora do Aterro do Flamengo, modernista e carioca apaixonada.
Gostei de saber que Bishop escreveu um de seus melhores poemas, The Burglar of Babylon, quando morava com Lota no Leme. Enquanto a companheira lutava pelo Aterro - e acabou derrotada, deprimida e empurrada para o suicídio - Bishop ficava sozinha em casa, bebendo. Gostava de olhar pelo binóculo o morro da Babilônia. E foi assim que viu toda a cena da caçada ao bandido Micuçú descrita no poema.
Parece letra de Woody Guthrie ou Bob Dylan, tem a força e o ritmo de uma folk song, um rock, um blues. Me parece intraduzível, mas incluí a tradução de Paulo Henriques Britto, um esforço louvável.
Além do extraordinário poema, que reflete a relação ambivalente de amor/ódio que Bishop tinha com o Rio e com o Brasil, com a desigualdade da sociedade brasileira, coloco aqui a canção que Bishop adorava ouvir, Não Identificado de Caetano Veloso, com Gal Costa.

Elizabeth Bishop

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